Para onde vão os empregos neste mundo de novas tecnologias?
A tecnologia tem modificado drasticamente o mercado de trabalho. Segundo relatório publicado pelo Fórum Econômico Mundial, a economia mundial sentirá os efeitos da chamada “Quarta Revolução Industrial”, que promete ser muito mais rápida, abrangente e impactante que as anteriores. São muitas as novidades: computação em nuvem, Internet das Coisas, Big Data, robótica, inteligência artificial, impressão em 3D, biotecnologia...
O Fórum projeta que, até 2020, essas tecnologias vão eliminar 5,1 milhões de vagas em 15 países e regiões que respondem por dois terços da força mundial de trabalho, incluindo o Brasil. Muitos estudos sugerem que, historicamente, a inovação cria mais empregos do que destrói, já que as ocupações extintas são substituídas por outras, ligadas a novos mercados, lembro-me de ter lido Joseph Schumpeter na faculdade e seu conceito de destruição criativa. No entanto, como os avanços atuais ocorrem num ritmo sem precedentes, a transição pode ser mais traumática.
Concorrência das máquinas
Uma pesquisa realizada na Universidade Oxford, no Reino Unido, analisou 702 ocupações e estimaram suas chances de automatização nos próximos 20 anos. O estudo considerou as demandas específicas de cada profissão, tais como exigência por soluções criativas, interações sociais e negociações, que são, pelo menos por enquanto, os pontos fracos das máquinas. A seguir, veja quais são as carreiras mais ameaçadas a curto ou médio prazo em áreas como engenharia, direito, educação e TI.
Probabilidade de robotização em 20 anos
Direito: Assistente paralegal 94,5% - Escrivão 50,2% - Auxiliar jurídico 40,9% - Juiz 40,1%
Administração e finanças: Contador na área de impostos 98,7% - Assistente de empréstimos 98,4% - Analista de crédito 97,9% - Analista de orçamento 93,8%
Educação e informação: Arquivista 75,9% - Bibliotecário 64,9% - Assistente de professor 55,7% - Professor de ensino fundamental 17,4%
Matemática e computação: Programador de computadores 48,1% - Estatístico 21,8% - Atuário 20,6% - Analista de segurança da informação 20,6%
Arquitetura e engenharia: Cartógrafo 87,9% - Desenhista de eletroeletrônicos 80,8% - Desenhista de arquitetura 52,3% - Engenheiro de hardware 22,5%
Profissões extintas
Relembre algumas profissões que já existiram ou que, hoje em dia, diminuíram sua fatia no mercado:
Datilógrafos. Profissionais muito comuns em todas as empresas até a segunda metade do século XX, foram extintos após o aparecimento do computador e substituídos, inicialmente pelos digitadores, e depois por secretárias de escritório e programadores de informática, hoje em dia cada digita o seu próprio trabalho, ou faz o mais comum, copiar e colar apenas.
Carteiros e operadores de serviços postais. Ainda muito presentes nas ruas do Brasil, a tendência é que todos os profissionais que lidam com a separação e distribuição de correspondências evoluam para outro tipo de profissão, já que existe a expectativa de que grande parte das contas bancárias e de serviços públicos passe a ser informatizada. Dessa forma, o serviço postal vai se concentrar mais no intercâmbio de correspondências físicas e na entrega de encomendas em domicílio, na maioria das vezes por causa de compras online, que ameaçam cada vez mais as lojas físicas do varejo, e junto os administradores dos estacionamentos, e outros que se não precisarmos sai de casa não usaremos mais.
Arquivistas. Atualmente, a organização e controle adequado de documentos, processos, cadastros, contas, fichas, entre outros tipos de arquivos é feita pelos próprios responsáveis pelo manuseio desses itens ou por profissionais, como a secretárias, assistentes, e não mais arquivistas. Com a digitalização dos documentos impressos e a formatação de documentos diretamente em meio digital, tal coordenação fica muito mais fácil e prática.
Cobrador de ônibus. São encarregados de fazer as cobranças de tarifas nos ônibus, além de dar aos passageiros informações sobre o trajeto. Em algumas linhas, em especial com os micro-ônibus, o motorista já acumula as duas funções.
Caixa de estacionamento. Para dar agilidade ao atendimento e evitar as longas filas, shoppings já investiram em catracas eletrônicas automatizadas, tem o aparelho colocado no vidro do carro que uma vez reconhecido libera o acesso e já debita na fatura, tem aplicativos para smartphones ou caixas eletrônicos para a realização do pagamento.
Frentista de posto de gasolina. Nos Estados Unidos e em alguns países da Europa, o abastecimento do veículo é feito pelo próprio dono do carro. No Brasil, a lei Nº 9.956/2000 proíbe o funcionamento de bombas de autosserviço nos postos de abastecimento de combustíveis, claro, por lobby dos sindicatos.
Ascensoristas de elevador, alguém se lembra que existiram?
Para um contraponto: Temos os médicos, quem fez o juramento de Hipócrates existe formalmente e presta seus serviços e acredito continuarão prestando enquanto existir vida humana, mas pergunte a eles o quanto o seu trabalho foi impactado pela tecnologia nos últimos tempos, diagnóstico por imagem, uso de laser, cirurgias menos invasivas com uso de alta tecnologia, etc.
Novas competências
A extinção e o surgimento de novas carreiras têm levado os jovens a refletirem bastante na hora em que vão escolher suas profissões. Por conta das alterações do mercado e das demandas que cada profissão institui a cada período histórico, os profissionais devem estar sempre buscando conhecimentos novos e se atualizando, de modo a ficarem bastante antenados com as notícias de sua especialidade ou área de formação.
O mercado de trabalho atual exige algumas características comportamentais importantes para que os profissionais possam se adaptar à nova realidade. Dentre elas, podemos citar: conhecimento do negócio, flexibilidade para lidar com mudanças, saber trabalhar em equipe e principalmente ter disposição para aprender e se reciclar de forma muito rápida.
Também é necessário ter uma visão geral de tudo que o cerca. Ou seja, ter noções de administração, economia, recursos humanos, comunicação, finanças e todas as áreas ligadas direta ou indiretamente ao negócio. Além disso, como a tecnologia é peça fundamental nos dias atuais, é preciso buscar estar sempre inteirado a ela. Todas essas mudanças devem ser absorvidas por todos que almejam obter sucesso no novo cenário.
Quem diria 15 anos atrás que telefones iriam competir e tomar o mercado das máquinas fotográficas?
Que grandes emissoras de TV sofreriam com a concorrência de sites que transmitem vídeos feitos pelos próprios indivíduos e com redes sociais?
Equipamentos que eram fabricados por empresas que não competiam no mesmo mercado, se tornaram concorrentes diretos, os mercados se fundiram, hoje a concorrência está em todo lugar para as empresas, o mesmo vale para as profissões, a sua pode estar sendo ameaçada neste instante, por alguém que você nem esteja vendo, o que você não vê, não quer dizer que não exista!
Bem-vindo, não mais a era de mudança, mas a mudança de era, talvez Darwin já sabia de tudo isso lá atrás quando disse que as espécies vivas que sobrevivem não são as mais fortes nem as mais inteligentes; são aquelas que conseguem se adaptar e se ajustar às contínuas demandas e desafios do meio ambiente.
Resumindo: estamos aqui falando de CRISE, crise do emprego, mas o que seria isso? Bom, minha definição crise é; momento que precede a evolução.
Então é algo bom? Pois evolução é sempre bom! Será?
Evolução: movimento ou deslocamento gradual e progressivo em determinada direção.
Direção, pode ser para cima ou para baixo, para o bem ou para o mal, em que direção estamos indo? Não sei, mas deixo uma pergunta a você leitor, e a pergunta é: seja para qual for a direção você está preparado?
Este texto é base para a palestra: Naturalização da adversidade, reflexões sobre carreira no mundo disruptivo.
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