O que você nasceu para fazer? O que você faz como ninguém? Responder essas perguntas nem sempre é uma tarefa simples, principalmente sabendo que é através disso que você dará ou poderá dar um rumo para sua vida.
É comum ter clientes que se sentem “perdidos” e não realizados profissionalmente.
Também é comum, encontrar pessoas realizadas profissionalmente, mas que dizem faltar algo.
Em muitos casos, eles relacionam essas sensações com uma falta de definição do que seria a sua “verdadeira vocação” ou seu propósito de vida.
E os mais jovens, caramba, como muitos sofrem para escolher uma profissão, já definida num catálogo com uma infinidade de opções, mas que ao olharem para si, veem também uma infinidade de talentos e gostos (ou não!), o que torna uma árdua tarefa essa escolha.
E, ainda, há aqueles que precisam trabalhar para ganhar a vida, não têm tempo de descobrir o que querem, precisam encarar o que se tem disponível por aí.
Tema bastante amplo, mas vamos fazer algumas reflexões a respeito.
Gosto muito de uma frase atribuída a Aristóteles: “onde se cruzam os nossos talentos e as necessidades do mundo, aí está nossa vocação”.
Busco também uma reflexão com Arthur Schopenhauer: “Do mesmo modo como o peixe se sente bem apenas na água, o pássaro apenas no ar, a toupeira apenas embaixo da terra, todo homem se sente bem apenas na atmosfera que lhe é apropriada; pois o ar da corte, por exemplo, não é respirável para todos. O homem deve também saber o que quer e saber o que pode”
Você pode acreditar em carma, em vidas passadas, em destino, em qualquer coisa da metafísica, mas isso pode apenas te explicar um conceito, fazer “fechar a conta” na sua cabeça sobre o inexplicável que lhe faz ser quem é, mas pode não satisfazer uma pergunta essencialmente sua, que sua cabeça martela o tempo todo e que anseia ainda por uma resposta direcionada única e exclusivamente a você, com seu RG e CPF.
O fato é que sempre vejo pessoas buscando um propósito – claro que nem todas, pois nem todos param para refletir sobre sua própria existência, alguns apenas fazem, cumprem as tarefas do dia a dia, fazem o que todos fazem e seguem assim por anos a fio, sem nunca se questionar, ser ou não ser nunca será para esses uma questão. Porém, o que observo, e o que acontece também comigo, é que é necessário encontrar um porquê, e esse porquê pode ser respondido por sua vocação.
Vocação é um termo derivado de “vocare” ou “vocatio”, que significa “chamar” ou “chamado”. Por causa disso, muitos acreditam que esse “chamado” é algo que deve ser esperado e que vai surgir de repente, como uma luz.
No entanto, é preciso ter um papel ativo na definição de nossas vocações. E é somente conhecendo bem a si mesmo e sabendo informações sobre diversos assuntos que você conseguirá descobri-las. Quando a gente se conhece, sabe o que faz sentido para si, e tem consciência de nossas potencialidades fica mais fácil para escolher. Consciência de nossas potencialidades e escolha, eu poderia falar sobre isso por horas...
Uma grande questão enfrentada por muitos é o dinheiro: escolher o que dá dinheiro ou o que eu gosto, tenho prazer em fazer? É possível conciliar as duas coisas? Sim e não, poderá ser necessário fazer escolhas, e a escolha é um talento que deve ser desenvolvido, requer autoconhecimento e objetivos claros.
Autoconhecimento porque nos leva à consciência das nossas potencialidades; escolhas que nos levam à realização dos nossos objetivos, nos dão completude, será isso o chamado?
Veja abaixo algumas dicas que podem ajudar nesse processo:
Exercite o autoconhecimento
Para descobrir uma carreira que irá trazer satisfação, é preciso saber muito claramente tudo que você gosta. Com base nisso, descubra suas paixões, coisas que te incentivam, dão prazer.
Leia sobre assuntos do seu interesse
Como sua vocação muito possivelmente tem relação com os assuntos que você gosta, a leitura sobre eles pode facilitar na hora da escolha. Mantenha-se sempre informado.
Converse com amigos e familiares
Peça a pessoas que convivem com você e o conhecem bem para falar sobre suas melhores características. Muitas vezes, a gente nem percebe nossas qualidades. A partir daí é possível encontrar profissões que se relacionam com os traços da nossa personalidade.
Viaje e conheça novas culturas
Viajar é uma ótima forma de abrir a sua mente para um mundo de opções. Caso tenha possibilidade de ir ao exterior, aproveite-a! O contato com novas culturas e uma experiência internacional podem fazer com que sua visão da realidade mude, além de estimular o próprio conhecimento, não se limite a Miami, Disney e NY, vá ao oriente, dê uma chance para que o vasto conhecimento do outro lado do Greenwich te faça algumas provocações e reflexões existenciais, tem muita coisa além do consumo para se experimentar.
Pesquise e estude
Procure saber mais sobre as áreas ligadas ao que você gosta de fazer, converse com profissionais da sua área de interesse, conheça suas rotinas, visite empresas. Dessa forma, é possível entender e vivenciar a experiência profissional de fato. Conhecer a realidade das profissões é fundamental, pois muitas delas se mostram diferentes no dia a dia do que geralmente se imagina.
Lembre-se sempre:
“Se você não sabe onde quer ir, qualquer caminho serve”
(Lewis Carroll – em Alice no País das Maravilhas)
Assista também a entrevista, como encontrar sua vocação?: https://www.youtube.com/watch?v=XZUgcgCj_Ao&list=PLpAOLC0ZkSRaBKYOd24YJNt_vID8Fj6a1&index=23