Muita gente se acostuma com a ideia de que certas coisas são impossíveis de acontecer. Você mesmo, quanta coisa deixou de fazer por achar difícil demais? São os tais “inéditos viáveis”, expressão cunhada pelo educador Paulo Freire há mais de 50 anos para se referir ao futuro a ser construído. “É uma expressão que resume todas as nossas possibilidades”, diz Emerson Weslei Dias, especialista em Gestão de Pessoas e coach licenciado pela LMI/EUA.
O conceito do inédito viável foi abordado por Paulo Freire nos livros Pedagogia do oprimido e Pedagogia da esperança, com espaço de vinte anos entre as duas publicações. Uma na década de 1960, no exílio, e a outra já de retorno ao Brasil, na década de 1980.
Segundo o educador, as pessoas encontram, em sua vida pessoal e social, obstáculos e barreiras que precisam ser vencidos. A essas barreiras, ele chama de “situações limites”. São várias as atitudes que podemos ter diante dessas “situações limites”: algumas pessoas as percebem como um obstáculo que não podem transpor ou como algo que não querem transpor; já outras enxergam como algo que sabem que existe e que precisa ser rompido e, então, se empenham na sua superação. No último caso, a “situação limite” foi percebida criticamente e, por isso, aqueles que a entenderam querem agir, por se sentirem desafiados.
Freire chama as ações necessárias para romper as “situações limites” de “atos limites”. E esses atos, por sua vez, se dirigem, então, à superação e à negação do fato, da aceitação dócil e passiva do que está aí, implicando, dessa forma, em uma postura decidida frente ao mundo. As “situações limites” implicam, pois, na existência daqueles a quem, direta ou indiretamente, servem os dominantes; e daqueles a quem se “negam” e se “limitam” as coisas: os oprimidos.
Os dominantes veem os problemas encobertos pelas “situações limites”, por isso consideram essas situações como determinantes históricos e, assim, nada há a fazer, somente se adaptar a elas. Já os oprimidos, quando percebem claramente que os temas desafiadores da sociedade não estão encobertos pelas “situações limites”, se sentem no dever de romper essas barreiras. Dessa forma, se sentem mobilizados a agir e a descobrir o “inédito viável”.
O “inédito viável” é, na realidade, uma coisa inédita, ainda não claramente conhecida e vivida. Não é apenas mais um sonho, é algo que pode se tornar realidade. A origem do nome inédito viável foi a inspiração de Emerson Dias para projetar o seu próprio futuro. “Ao ler um livro sobre Liderança, o autor dizia que ‘líder é aquele que viabiliza o inédito’, ou seja, que leva o grupo para um novo patamar. “Achei isso fantástico, pois a vida nada mais é do que uma sequência de inéditos que se viabilizam diante nós o tempo todo”, conta. Ainda que muitos desses inéditos não sejam exatamente como nós queremos, Dias acredita que a partir de um bom planejamento é possível viabilizar do nosso jeito. Foi assim que surgiu o gancho de juntar o inédito viável de Paulo Freire com ferramentas de gestão empresarial para viabilizar inéditos em todas as áreas da vida.
O trabalho de coaching de Dias consiste em tornar inéditos viáveis em quatro perspectivas essenciais: Finanças, Relacionamentos, Saúde e Desenvolvimento Intelectual, e essas quatro perscpectivas permeiam todas as outras áreas da vida, por exemplo carreira, familia, etc. “Acredito que se você conseguir equilibrar essas quatro áreas será uma pessoa de sucesso”, destaca. “Não adianta ter saúde, sem ter amigos e família para comemorar, não importa ter dinheiro mas não ter saúde, amigos ou ser um completo ignorante do ponto de vista mental. Dessa forma, há um desequilíbrio na sua vida. Portanto, é necessário estabelecer os seus próprios objetivos em cada uma dessas áreas”, completa.
O especialista explica que para agir objetivamente no dia a dia para realizar o que queremos e viabilizar algo inédito é preciso, em primeiro lugar, transformar sonhos em objetivos. “Depois, devemos construir planos de ação e colocá-los em prática”, diz. Nessa hora, contar com um coach é essencial para ajudar e acompanhar a execução. “Para concretizar objetivos é necessário tomar consciência daquilo que se quer ou se precisa, o que chamo de PERCEBER. Muitas vezes, os inéditos são comportamentos que precisam ser mudados, mas uma vez percebido, fica mais fácil planejar e agir”, garante.
veja entrevistas:
Emerson entrevistando o filósofo Mario Sergio Cortella: https://www.youtube.com/watch?v=zJRnC-MxZCw
Radio CBN
https://www.youtube.com/watch?v=fQnb9SFBi5k
All TV
https://www.youtube.com/watch?v=9C8bphDh6yU
Flix TV:
https://www.youtube.com/watch?v=-3YeN3dEZGY
Texto de Isabella Abreu